Os olhos assumem o controle quando não temos coragem de expressar verbalmente nossos sentimentos. O dramaturgo William Shakespeare disse uma vez que “as palavras estão cheias de falsidade ou arte; os olhos são a linguagem do coração.” Esta série fotográfica começou em 2018 quando percebi que, diante das lente, algumas pessoas aceitavam entregar suas emoções, declarar suas paixões, contar seus segredos e descrever seus sonhos. Seus olhos se tornavam seus intérpretes, e minha câmera rapidamente se tornava um confessionário, um recipiente de histórias silenciosas. O fato é que, desde cedo, somos treinados para esconder quem somos e o que sentimos. Somos, no fim, a projeção das expectativas do outro. Mas nossos olhos dificilmente são corrompidos. Nossos olhos são a morada da nossa verdade. Nossos olhos são o espelho, o reflexo fiel do que sempre fomos. Nossos olhos testemunham nossas lutas, vitórias e derrotas.

NOSSOS OLHOS SÃO

A JANELA

DA NOSSA ALMA

The Resilient Eyes, Havana - Cuba, 2019

The Proud Eyes, Chicago - USA 2019

The Persevering Eyes, Havana - Cuba 2019

My Father’s Eyes, Belo Horizonte - Brazil, 2018

The Tender Eyes, Havana - Cuba 2019

The Strong Eyes, Gouveia - Brazil, 2018

The Loving Eyes, Belo Horizonte - Brazil, 2018

The Waiting Eyes, Gouveia - Brazil, 2019

The Rich Eyes, Mundo Nuevo - Colombia, 2019

The Free Eyes, Chicago - USA, 2019

The Passionate Eyes, Belo Horizonte - Brazil, 2018

As histórias por trás da série

  • Nossos olhos são a janela da nossa alma

    Nós rimos, choramos e amamos através de nossos olhos. Excelentes porta-vozes, nossos olhos são honestos, pois relatam com fidelidade os últimos acontecimentos sobre a guerra brutal que ocorre todos os dias dentro de nós. Uma guerra silenciosa.

  • Os olhos do meu pai

    Não sei se você sabe, mas quando eu era criança, meus olhos costumavam passar muitas horas durante a noite olhando a rua, através da janela do meu quarto, na esperança de encontrar seus olhos novamente. Enquanto este momento não chegava, eu costumava olhar os carros que passavam, seus faróis circulares iluminando a escuridão da rua e, por que não dizer, da minha vida.

  • Gisela

    Gisela, essa mulher que irradia força e ternura no olhar, nasceu em Cuba, trabalha como auxiliar administrativo em uma escola em Havana e vive todos os dias a realidade covarde imposta pelo embargo estadunidense e pela incapacidade da política local de encontrar alternativas capazes de garantir uma vida mais digna aos cubanos. Gisela é a manifestação da resiliência.